Vamos falar de distorção da imagem
Hoje, assisti uma entrevista da Fisioterapeuta Bianca Thurm em que deu uma visão para a distorção da imagem muito parecida com a que estudamos na TCC – Terapia Cognitivo-Comportamental e também na Hipnose e PNL – Programação Neurolinguística, ou seja, corpo e mente fazem parte do mesmo sistema. Se você tem pensamentos disfuncionais acerca do seu corpo então ele terá a forma disfuncional que você criar para ele. Com isto, podemos dividir este assunto em dois aspectos: o psíquico e o neurológico (perceptual).
No psíquico falamos no julgamento em relação ao corpo. A atitude de gostar ou não do corpo. A pessoa se olha no espelho e o que vê não é real, pois tem um pensamento sobre sua imagem construída pelos julgamentos de como entende que o corpo deveria ser. É muito mais do que o reflexo, é uma construção carregada de comparações. Essa construção de imagem acontece geralmente na infância. Algumas crianças desenvolvem-se mais do que outras e o corpo toma formas distintas rapidamente. Começam aí as comparações. As crianças julgam pessoas que distinguem como “diferentes”, e “diferentes” podem levar isso como uma forma de bullying e acabam se isolando por causa do julgamento negativo, sentindo-se excluídas porque o corpo é diferente. Criam uma referência de que o “normal” é ter um corpo pequeno, por exemplo.
O perceptual (neurológico) é a percepção do tamanho do corpo e, essa informação parte do corpo para a mente. Vamos formando um mapa do corpo na mente com informações neurológicas, carregadas da vivências corporais e das experiências da vida em relação ao corpo. A partir desse mapa a pessoa começa a julgar. Se ela reconhece neurologicamente o tamanho do corpo, seu julgamento é de acordo com esse tamanho. Esse mapa é verdadeiro. Só que o que as pessoas vêm não condiz com que elas sentem e com as representações no mapa neurológico que têm na mente. Se a pessoa percebe que o corpo é grande e come pouco, entende que o que come faz o corpo ficar do jeito que ela vê. Quanto menos comemos, menos nutrientes adquirimos, o que interfere nas conexões do córtex. Mais uma vez aqui identificamos que corpo e mente fazem parte do mesmo sistema.
Em alguns casos de obesidade identificamos mulheres que sofreram abuso fazendo com que elas não queiram reconhecer o próprio corpo. Escondem-se nele, querendo desaparecer, sumir. A vontade é não serem mais vistas. A distorção faz com que comam em demasia a fim de que não precisem se preocupar com qualquer tipo de ameaça.
Para os casos citados o tratamento deve ser psicológico e perceptual. É preciso haver uma conversa entre mente e corpo, ter a compreensão psíquica do porquê. Reconstruir a conexão entre perceber o corpo e a informação que chega até a mente, através da forma como se pensa e o que se pensa. Fazer com que o corpo converse com a mente de forma harmoniosa.
Segundo Thurm e com a minha concordância, o ideal é trabalhar o perceptual e o atitudinal do corpo, com fisioterapia e terapia.
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Rosana Cibok
Psicóloga
CRP 06/141653