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Peça ajuda, ajude, estamos todos no mesmo mar.

Até pela minha profissão, sou geralmente procurado por gente pedindo ajuda. Normal. Entretanto, ultimamente as coisas “pioraram” um tanto. Muitos dos meus colegas psis ou terapeutas entraram/passaram por algum tipo de crise. Normal, por serem humanos. Mas, (embora alguns não pareçam, hehe) sempre foram.
Alguma coisa mudou.
Eu gosto MUITO de futebol e acompanho com interesse jogos mesmo que não sejam do Curínthia. Se você também gosta ou pelo menos acompanha seu time, deve ter notado um fenômeno recente: o incrível número de jogadores machucados. Dia desses, o meu time contava com incríveis DEZ jogadores no departamento médico. E vários se machucaram novamente logo após a liberação. Se eu olhasse apenas pro “meu umbigo”, colocaria a culpa (somos uma sociedade culpista, repare só) nos preparadores físicos do Coringão, que estariam fazendo um trabalho ruim. Mas a epidemia de contundidos é geral. Eu disse epidemia? É por aí…
Estudos científicos mostram que o coronga pode gerar lesões musculares. Veja aqui: https://www.em.com.br/…/estudos-comprovam-que-covid-19…
Sequelas de uma coisa chamada “doença pós kowid” (estou evitando o nome correto do vírus maldito pro post não sofrer restrições). São muitas as sequelas. Veja aqui: https://saude.abril.com.br/…/uma-doenca-chamada-pos-covid/ Eu mesmo ainda sofro com uma muito peculiar: minha língua paralisou da metade para trás. Tá melhorando, mas fiquei um bom tempo sem conseguir pronunciar direito palavras com br, tr, gr, cr. A língua não vibrava. Tá melhorando (muito exercício com potes de Danoninho…).
Voltando ao início do textão, muitos dos meus amigos “curadores”, que têm conhecimento, ferramentas e habilidades para ajudar, precisando de ajuda. Imagine quem não os tem!
Ansiedade, depressão, insônia, desânimo, medo, PODEM ser consequências do pós vírus maldito. Entre em contato com quem você ama, pergunte como está. Por trás de um sorriso ou de posts maravilhindos PODE estar alguém que precisa de ajuda. E se é você quem precisa, peça. Olhando daqui, só vejo sorrisos e posts maravilhindos.

Cérebro pode ser treinado para curar doenças

Cientistas brasileiros desenvolveram técnica que modifica conexões e abre caminhos para tratar AVC, Parkinson e até depressão

Roberta Jansen, O Estado de S.Paulo

17 de abril de 2019

O cérebro pode ser treinado para curar as doenças que o acometem. Cientistas brasileiros acabam de apresentar uma técnica de treinamento cerebral capaz de modificar as conexões neuronais em tempo recorde. O trabalho, publicado na Neuroimage, abre o caminho para novos tratamentos para o acidente vascular cerebral (AVC), a doença de Parkinson e até a depressão.
Treinamento do cérebro
Treinamento é chamado de ‘neurofeedback’ e usa ressonâncias magnéticas Foto: Theo Marins/Instituto D’OR

O cérebro se adapta a todo momento – um fenômeno conhecido como neuroplasticidade. Essas mudanças na forma como funciona e conecta suas diferentes áreas são as bases do aprendizado e da memória.

Entender melhor essas interações permite o avanço na compreensão do comportamento humano, das emoções e também das doenças que acometem o cérebro. “Tudo o que a gente é, faz, sente, todo o nosso comportamento é reflexo da maneira como o nosso cérebro funciona”, explica o neurocientista Theo Marins, um dos autores do estudo.

Algumas doenças, segundo o especialista, alteram esse funcionamento. E o cérebro passa a funcionar de maneira doente. “Ensinar” o cérebro a funcionar de maneira correta pode melhorar os sintomas de várias doenças.

Uma das ferramentas que vem sendo utilizadas para compreender melhor essas dinâmicas é o neurofeedback. Assim é chamado o treinamento do cérebro para modificar determinadas conexões. O estudo dos neurocientistas do Instituto D’OR de Ensino e Pesquisa e da UFRJ mostrou que o treinamento é capaz de induzir essas modificações em menos de uma hora.

Para fazer o trabalho, os cientistas contaram com 36 voluntários que se submeteram a exames de ressonância magnética. A atividade neuronal captada no exame é transformada em imagens apresentadas em computadores de acordo com a intensidade. Os voluntários acompanhavam as imagens em tempo real, aprendendo a controlar a própria atividade cerebral.

Enquanto 19 participantes receberam o treinamento real, outros 17 foram instruídos com falsa informação – o que funcionou como uma espécie de placebo. Antes e depois do treino, os pesquisadores registraram as imagens cerebrais que permitiam medir a comunicação (a conectividade funcional) e as conexões (a conectividade estrutural) entre as áreas cerebrais. O objetivo era observar como as redes neurais eram afetadas pelo neurofeedback.

Antes e depois

Ao comparar a arquitetura cerebral antes e depois do treinamento, os cientistas constataram que o corpo caloso (a principal ponte de comunicação entre os hemisférios esquerdo e direito) apresentou maior robustez estrutural. Além disso, a comunicação funcional entre as áreas também aumentou. Para os pesquisadores, é como se o todo o sistema tivesse se fortalecido.

“Sabíamos que o cérebro tem uma capacidade fantástica de modificação. Mas não tínhamos tanta certeza de que era possível observar isso tão rapidamente”, conta Marins.

Desta forma, o treinamento cerebral se revelou uma ferramenta poderosa para induzir a neuroplasticidade. Agora, os pesquisadores esperam utilizá-lo para promover as mudanças necessárias para recuperação da função motora em pacientes que sofreram um AVC, que foram diagnosticados com Parkinson e mesmo com depressão.

“O próximo passo será descobrir se pacientes que sofrem de desordens neurológicas também podem se beneficiar do neurofeedback, se ele é capaz de diminuir os sintomas dessas doenças”, disse a médica radiologista Fernanda Tovar Moll, presidente do Instituto D’OR. “Ainda falta muito para chegarmos a protocolos específicos. Quanto mais entendermos os mecanismos, mais terapias poderemos desenvolver.”