Jim Allison fez algumas das pesquisas médicas mais inovadoras do último quarto de século. Mas, antes de ganhar o Prêmio Nobel por seu trabalho, precisou provar incansavelmente suas teorias contra uma comunidade científica cética.
Nos anos 1990, Allison foi chamado de “tolo” por alegar que o sistema imunológico poderia combater o câncer.
Apesar de ter sido rejeitado várias vezes por outros pesquisadores e empresas farmacêuticas, o imunologista conseguiu desenvolver o que se tornou a base para diversas drogas oncológicas, vencendo o Nobel de Fisiologia ou Medicina em 2018 ao lado de Tasuku Honjo, por descobertas relacionadas com o papel do sistema imunitário na luta contra o câncer.
James Patrick Allison: vida e carreira
Allison se inspirou a pesquisar tratamentos contra o câncer por ter perdido sua mãe com apenas 11 anos, após uma longa e debilitante batalha contra um linfoma. O cientista perdeu ainda um irmão e dois tios para o câncer, bem como ele mesmo venceu a doença em três ocasiões diferentes.
Desde o seu desenvolvimento, a terapia que Allison passou anos aperfeiçoando já tratou com sucesso mais de um milhão de pessoas diagnosticadas em todo o mundo, incluindo o ex-presidente Jimmy Carter.
Em 2018, Allison e Tasuku Honjo dividiram um Nobel de Medicina por desenvolverem pesquisas, separadamente, sobre duas proteínas produzidas por tumores — a CTLA-4 e a PD-1 — que paralisam o sistema imune do paciente durante o tratamento de câncer.
Allison estudou a CTLA-4. Ele descobriu que um bloqueio da proteína poderia retirar o freio sobre os linfócitos T, fazendo com que as células voltassem a atacar o tumor. Em 1994, realizou o primeiro experimento com ratos, que foram curados após o tratamento.
Hoje, ele é professor de imunologia e diretor executivo de imunoterapia no MD Anderson Cancer Center da Universidade do Texas (EUA).
Documentário
Recentemente, o diretor de cinema Bill Haney lançou um documentário sobre Allison chamado “Breakthrough”, saudado como uma obra-prima por alguns críticos.
“Eu estava interessado em fazer um documentário que unisse os americanos”, disse Bill Haney. “Uma das bênçãos do trabalho de Jim é que não há americanos – ricos, pobres, do norte, do sul, vermelhos, azuis – que sejam pró-câncer. Ao observar o incrível trabalho de Jim e sua equipe de colaboradores inspiradores, podemos ver como trabalhar juntos para o bem comum. A revolução científica que Jim desencadeou na imuno-oncologia está mudando a vida de milhões de pacientes e suas famílias, em todo o mundo”.
https://www.youtube.com/watch?v=ySG2AwpSZmw