Vamos falar de TCC – Terapia Cognitivo-Comportamental

Dentro da Psicologia a abordagem que eu uso é a TCC. Ela é a que mais se aproxima das práticas que utilizo em consultório, cursos e palestras. Antes da Psicologia fiz várias formações em PNL (Programação Neurolinguística) e em Hipnose. Na vida acadêmica pude perceber e vivenciar algumas abordagens, pois a formação é generalista e tendo esse leque de opções, entendi que a Terapia Cognitivo-Comportamental seria a abordagem que faria uso, pra vida.
Bem, vamos lá! Então o que é TCC? É um psicoterapia estruturada, de curta duração (ufa!), voltada para o presente, direcionada para a solução de problemas atuais e modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais.
Ela tem três proposições: a) a cognição influencia o comportamento; b) a cognição pode ser monitorada e alterada e c) o comportamento desejado pode ser influenciado mediante a mudança cognitiva.
Ou seja: pensamento gera sentimento que gera comportamento, nos comportamos da maneira que pensamos. A maneira como pensamos influencia nosso humor e, consequentemente nossos pensamentos. Quando aprendemos a avaliar os pensamentos de forma mais adaptativa e realista, podemos melhorar nosso estado emocional, o que afeta diretamente nosso comportamento.
Um evento comum pode gerar diferentes formas de pensar e agir, mas não é o evento que gera as emoções e os comportamentos, e sim a maneira como interpretamos estes eventos. Para a TCC, fatores genéticos, ambientais, culturais, físicos, familiares, de desenvolvimento e de personalidade levam o indivíduo a vulnerabilidade cognitiva, formando suas crenças e levando as generalizações de interpretações de si, do mundo e dos outros, o que chamamos em TCC de Tríade Cognitiva.
Com as crenças disfuncionais enraizadas o indivíduo as cristaliza como verdades absolutas. O processamento de informação torna-se tendencioso fazendo com que as crenças se confirmem e o objetivo da TCC é proporcionar essas modificações, trazendo a luz as informações que possam desconfirmar as evidências contrárias.
A TCC trabalha para que seja feita a reestruturação cognitiva através da emoções e dos padrões de comportamentos que retroalimentam esse processo que se perpetuado amplificará os problemas.
Pense bem! Faça terapia. Busque ajuda profissional.

Pscioterapias e suas abordagens

Vamos aqui tratar de algumas abordagens dentro da Psicologia que tem fundamentos em bases epistemológicas divergentes porém buscam a melhora do estado emocional do indivíduo.

 Psicoterapia Cognitivo-Construtivista

Construtivismo significa organizar, dar estrutura. O modelo cognitivo apresenta o sujeito como principal responsável por suas ações no mundo e ele é ativo quando interpreta suas experiências para assimilá-las e enfim acomodá-las. Na Terapia Cognitivo-Construtivista nossas representações sobre a realidade não são determinadas pelo meio e sim construídas pelo sujeito. No modelo cognitivo-construtivista sugere-se que primeiramente sentimos algo para, em seguida, podermos pensar alguma coisa a respeito. Ou seja, o encontro de coração + cabeça é que determinam nossos comportamentos. Ao contrário da Terapia Cognitivo-Comportamental, em que primeiramente pensamos para depois sentirmos e finalmente nos comportarmos. Na Terapia Cognitivo-Construtivista as emoções estão em grande destaque pois ela passa a ser adaptativa, não precisando ser extinta. Considerando as estruturas emocionais um alicerce para a construção do conhecimento e ao criar sínteses das contradições entre o “cabeça” e o “coração”, constrói-se um significado global. A emoção contribui para a formação dos significados do nosso sistema psicológico. O funcionamento emocional é importante para a construção de significados envolvendo atividades do hipotálamo e da amígdala e quando estas circunstancias são detectadas, ou seja, alguns alarmes emocionais são acionados disparam emoções primárias, conhecidas como medo, raiva e tristeza e segundo a Cognitivo-Comportamental o primeiro mecanismo a ser disparado nessas situações onde essas emoções aparecem é o da ação e somente depois de agirmos é que vamos pensar a respeito da condição perturbadora.

Uma das metas do modelo construtivista é ajudar o sujeito na construção de um significado para que as emoções possam ser simbolizadas e significadas. Essa terapia é feita através da história do cliente, fazendo com que ele tenha um conhecimento pessoal sobre si e sobre o mundo, tomando como ponto de partida as interações pessoais e de que maneira ele faz essas representações fazendo-o entender que ele é fabricante de suas realidades. O terapeuta tem um papel passivo, pois o cliente é que é ativo e faz a construção dos significados nas experiências vividas.

A relação terapêutica é caracteriza por um vínculo criado entre o sujeito e terapeuta, podemos chamar isso de aliança terapêutica em que há colaboração e empatia. O profissional oferece apoio para que o cliente organize a sim mesmo e sua vida, fazendo uma revisão das emoções e encontrando o equilíbrio e o sentido de ordem da sua própria história.

Piscoterapia Analítico-Comportamental

A Psicoterapia Analítico-Comportamental é baseada no Behaviorismo Radical  e na Análise do Comportamento. Nessa abordagem o paciente é mais ativo no processo terapêutico e o ambiente em que vive é analisado juntamente com os seus comportamentos a fim de discriminar quais deles estão sendo mais ou menos adaptativos, desvelando de que maneira esses comportamentos estão influenciando sua vida. Ela tem como foco a pessoa em seu contexto. O objetivo é ajudar o paciente a manter comportamentos mais saudáveis que tragam menor sofrimento e mais elementos reforçadores positivos.

O terapeuta  tem que estar apto para avaliar não só o que o paciente traz como demanda textual mas também o seu estado físico, que tende a dizer muito mais sobre o seu estado interno. O modo como se comporta na sessão também diz muito do sujeito. Cabe ao terapeuta ouvir o paciente sem julgamento de suas atitudes e pensamentos, questionando apenas os pontos específicos que podem não ter ficado claros. Desta forma, possibilitando o autoconhecimento e autonomia ao paciente, fazendo com que compreenda as relações e identifique os “comportamentos-problemas”, e se torne apto a modifica-los ou mantê-los.

Psicoterapia Cognitivo-Comportamental

A Terapia Cognitivo-Comportamental é uma abordagem psicoterápica baseada na combinação dos conceitos do Behaviorismo com as teorias Cognitivas. Ela entende a forma como o ser humano interpreta os acontecimentos e de que maneira eles influenciam em suas relações e suas vidas. Trabalha e interpreta o que chamamos de Triade Cognitiva, ou seja, a visão de si, do mundo e do futuro que o cliente traz para a sessão. É uma psicoterapia estruturada, de curta duração, voltada para o presente, direcionada para solução de problemas atuais e modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais. O tratamento é baseado em uma conceituação ou compreensão de cada cliente. O terapeuta procura produzir a mudança cognitiva, ou seja, mudanças de pensamentos e de crenças, buscando uma mudança emocional e comportamental duradoura.

A TCC foi fundada nos anos 60 por Aron Beck e inicialmente ele propôs um modelo cognitivo da depressão e posteriormente evoluiu para a compreensão e tratamento de outros transtornos.

Entendemos que a TCC é bastante especifica, clara e direta sendo utilizada para tratar diversos transtornos e o objetivo principal é identificar padrões de comportamento, pensamento, crenças e hábitos que estão na origem do “problema”. Além disso, auxilia nas diversas questões que envolvem a vida como um todo. Entende-se que pensamento gera sentimento que gera comportamento. Portanto, se você tem pensamentos disfuncionais seus comportamentos serão disfuncionais também. E essa abordagem trabalha diretamente na mudança desses pensamentos, fazendo o levantamento das crenças do cliente. Cabe ao terapeuta auxiliar o cliente a encontrar novas possibilidades de pensamentos alternativos e mais funcionais que possibilitem uma boa adaptação à sua realidade social. Para que os resultados sejam satisfatórios o cliente deve ser colaborativo, pois as mudanças dependem dele. Para isso, é importante que ocorra uma aliança terapêutica sólida. Tem como objetivo ensinar o cliente a ser o seu próprio terapeuta, adquirindo autonomia para lidar com suas próprias questões. As sessões são estruturadas e focais e utiliza-se uma variedade de técnicas para mudança de pensamentos, humor e comportamento, fazendo a reestruturação cognitiva e comportamental que dá nome à esta abordagem.

Psicoterapia Gestaltista

A Gestalt tem origem na Alemanha com publicações de trabalhos sobre a percepção visual. Ela é uma teoria psicológica e não uma psicoterapia. Em 1972, uma brasileira, Vera Felicidade, criou a psicoterapia Gestaltista utilizando conceitos fundamentas da teoria Gestalt, estudando desta forma, o ser humano e o seu comportamento. Baseada no diálogo entre psicoterapeuta e cliente. Fundamentada na Fenomenologia e materialismo dialético. Ela busca responder o que é o ser humano, como ele se desenvolve, como fundamenta o trabalho de transformação e a visualização de uma estrutura humana. Entende o ser humano como possibilidade de relacionamento, onde perceber é conhecer, os problemas psicológicos são problemas perceptivos. Permite entender o Ego como um sistema de referência ou de arquivos vivenciais. Nesta abordagem o ser humano é considerado em sua totalidade. É o estudo da percepção que permite entender o ser total. O objetivo é ajudar o sujeito a mudar sua percepção, pois desta forma, mudam-se os comportamentos. E isso é feito através de questionamentos, pela reestruturação do campo dos problemas. Entende-se que somos o que percebemos, o que a relação com o outro possibilita ser, e ao mudar um desses referenciais mudamos a nossa percepção e o nossos comportamentos.

Como funciona a psicoterapia pela escola de Reich?

Ela vê simultaneamente os processos orgânicos e energéticos do corpo humano, fazendo uma interseção entre a medicina e a psicologia. Reich, seu fundador, encontrou base teórica em Freud e em técnicas para formular sua própria linha de pensamento em relação a cura de problemas físicos e psicológicos. Desenvolveu três técnicas energéticas: análise de caráter, vegetoterapia e orgonoterapia.

A primeira basea-se no conhecimento dos campos energéticos do corpo humano, a vegetoterapia trata-se da liberação de energias corporais que possam estar com bloqueios, fazendo a reestruturação energética e a orgonoterapia lida com a liberação da energia vital, que pode estar estagnada em algumas partes do corpo, causando enfermidade. A psicoterapia Reichiana é feita com técnicas respiratórias, posturas corporais e massagens. Trabalha com vínculos e a capacidade de cada paciente, promovendo qualidade de vida e gerando transformações positivas tanto físicas quanto emocionais. Ela cuida da saúde e ao mesmo tempo ajuda a pessoa ultrapassar obstáculos pessoais, sociais ou profissionais. Ela percebe o ser humano como uma unidade psicossomática, por isso trabalha o ser humano como um sistema integrado, onde corpo e mente fazem parte do mesmo sistema.

As emoções geram reações no corpo e vice-versa fazendo com que todo distúrbio psicoemocional esteja associado a distúrbios corporais.

Esta psicoterapia propõe um trabalho unindo a escuta clínica ao trabalho corporal, incluindo a liberação de impulsos e emoções reprimidas  associadas aos conteúdos psíquicos.

Rosana Cibok

CRP 06/141653

Programação Neurolinguística

Vamos falar de alguns aspectos da PNL – Programação Neurolinguística

Você tem se relacionado de que forma com seus pares ou até mesmo com pessoas corriqueiras? Na verdade, a pergunta é: Qual é a qualidade de suas relações e de sua comunicação? Usamos a empatia de uma forma nata, mas podemos utilizar algumas ferramentas para que nossa comunicação pessoal e interpessoal sejam aprimoradas, podendo criar soluções para problemas que enfrentamos no dia a dia.

A Programação Neurolinguística pode te ajudar a lidar com relacionamentos desafiadores, sejam eles em sua casa, no seu trabalho ou no círculo de amizades. Ela pode auxiliar na alavancagem de recursos internos para vivenciar situações que possam ser desafiadoras.

Quantas vezes nos pegamos em dúvida sobre situações em que precisamos agir de forma congruente aos nossos princípios e que nem sempre tem o mesmo valor para outros? Como agir nesses casos? A flexibilidade pode ser um aspecto que venha contribuir para que seus relacionamentos e questões sejam mais facilmente resolvidos. Sendo mais flexíveis agimos de forma mais assertiva e geramos novos comportamentos diante de emoções que, por vezes, nos paralisam. Portanto, com empatia, congruência e flexibilidade podemos melhorar a qualidade de nossa comunicação e consequentemente a qualidade de nossas relações.

 

Por: Rosana Cibok

Psicóloga, Hipnoterapeuta, Master Practitioner em PNL e Coach

Vamos falar de medo x fobia

Medo é uma emoção desconfortável importante pois é um instinto de sobrevivência. Ele aumenta o grau de vigilância e o poder de fuga, luta ou congelamento diante de situações de perigo. É acompanhado de ansiedade que antecipa o perigo e prepara para a sua chegada.
Porém o medo pode ser patológico e prejudicial, e estamos falando aqui das fobias, que são medos persistentes e que paralisam. A fobia tem três componentes: a ansiedade antecipada pela possibilidade de encontrar o agente fóbico; o medo com sintomas físicos e os comportamentais como a esquiva ou fuga, que visam cessar o mal-estar. Não temos medo do objeto ou da situação em si e sim do que ela pode gerar. A fobia gera sintomas físicos e psíquicos. Nos sintomas físicos podemos elencar a evitação na qual o indivíduo foge de situações do dia a dia e nos psíquicos em que catastrofiza e antecipa negativamente o futuro.

Ao longo do desenvolvimento humano, alguns medos são normais, surgindo em alguma idade específica e desaparecendo em outra. Para alguns estudiosos, o quadro fóbico se instala após os 8 ou 10 anos de idade. Algumas pessoas dizem que a origem foi baseada em experiência traumática, outras dizem ter aprendido de membros da família. As fobias são influenciadas por nossas cognições e crenças.

Existem várias técnicas comportamentais e cognitivas para o tratamento de fobias. Algumas abordagens vão atrás de causas e eventos, ou seja, se preocupam como aconteceu, onde aconteceu, etc. Não importa “o como”, o importante é que você busque ajuda profissional.

Por: Rosana Cibok
Fonte: Bernard Rangé & Colaboradores

Vamos falar de distorção da imagem

Hoje, assisti uma entrevista da Fisioterapeuta Bianca Thurm em que deu uma visão para a distorção da imagem muito parecida com a que estudamos na TCC – Terapia Cognitivo-Comportamental e também na Hipnose e PNL – Programação Neurolinguística, ou seja, corpo e mente fazem parte do mesmo sistema. Se você tem pensamentos disfuncionais acerca do seu corpo então ele terá a forma disfuncional que você criar para ele. Com isto, podemos dividir este assunto em dois aspectos: o psíquico e o neurológico (perceptual).

No psíquico falamos no julgamento em relação ao corpo. A atitude de gostar ou não do corpo. A pessoa se olha no espelho e o que vê não é real, pois tem um pensamento sobre sua imagem construída pelos julgamentos de como entende que o corpo deveria ser. É muito mais do que o reflexo, é uma construção carregada de comparações. Essa construção de imagem acontece geralmente na infância. Algumas crianças desenvolvem-se mais do que outras e o corpo toma formas distintas rapidamente. Começam aí as comparações. As crianças julgam pessoas que distinguem como “diferentes”, e “diferentes” podem levar isso como uma forma de bullying e acabam se isolando por causa do julgamento negativo, sentindo-se excluídas porque o corpo é diferente. Criam uma referência de que o “normal” é ter um corpo pequeno, por exemplo.

O perceptual (neurológico) é a percepção do tamanho do corpo e, essa informação parte do corpo para a mente. Vamos formando um mapa do corpo na mente com informações neurológicas, carregadas da vivências corporais e das experiências da vida em relação ao corpo. A partir desse mapa a pessoa começa a julgar. Se ela reconhece neurologicamente o tamanho do corpo, seu julgamento é de acordo com esse tamanho. Esse mapa é verdadeiro. Só que o que as pessoas vêm não condiz com que elas sentem e com as representações no mapa neurológico que têm na mente. Se a pessoa percebe que o corpo é grande e come pouco, entende que o que come faz o corpo ficar do jeito que ela vê. Quanto menos comemos, menos nutrientes adquirimos, o que interfere nas conexões do córtex. Mais uma vez aqui identificamos que corpo e mente fazem parte do mesmo sistema.

Em alguns casos de obesidade identificamos mulheres que sofreram abuso fazendo com que elas não queiram reconhecer o próprio corpo. Escondem-se nele, querendo desaparecer, sumir. A vontade é não serem mais vistas. A distorção faz com que comam em demasia a fim de que não precisem se preocupar com qualquer tipo de ameaça.

Para os casos citados o tratamento deve ser psicológico e perceptual. É preciso haver uma conversa entre mente e corpo, ter a compreensão psíquica do porquê.  Reconstruir a conexão entre perceber o corpo e a informação que chega até a mente, através da forma como se pensa e o que se pensa. Fazer com que o corpo converse com a mente de forma harmoniosa.

Segundo Thurm e com a minha concordância, o ideal é trabalhar o perceptual e o atitudinal do corpo, com fisioterapia e terapia.

Busque ajuda profissional.

Rosana Cibok

Psicóloga

CRP 06/141653

Vamos falar de depressão

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o grau de incapacitação devido aos transtornos depressivos é maior do que em qualquer outra doença. Estima-se que até 2020, a depressão será a segunda causa de incapacitação no mundo.

Para McGuffin, Katz, Bebbignton, 1988), importa como interpretamos eventos em nossas vidas e não só a natureza deles.
As características mais típicas dos estados depressivos podem ser os sentimentos de tristeza e vazio, mas temos que prestar atenção aos comportamentos onde os indivíduos deixam de sentir prazer em suas atividades, no geral, mostrando-se cansados e sem energia. Em alguns casos têm sentimento de culpa e julgam-se um peso para as pessoas próximas e sua atenção fica comprometida e lentificada.
Dentro dos sintomas fisiológicos podemos destacar alteração do sono como: insônia ou hipersonolência, alterações no apetite e redução do interesse sexual. Nos comportamentais estão o retraimento social, crises de choro, comportamentos suicidas, retardo psicomotor ou até mesmo agitação. Podemos destacar também as funções circadianas como a regulação da temperatura e ritmo de produção de cortisol.
A depressão pode ter características melancólicas, psicóticas, catatônicas. E ela pode ser crônica como as distimias; atípicas, caracterizadas pela sua reatividade (transtornos bipolares) ou sazonais que podem estar relacionadas com as estações do ano.
O diagnóstico dos estados depressivos devem ser levados em conta se os sintomas são primários ou secundários a doenças físicas ou ao uso de drogas e medicamentos.

Alguns autores falam em depressão endógena, ou seja, de determinação genética; depressão situacional que é determinada por situações conflituosas ou traumatizantes, dependendo da relação do indivíduo com o ambiente e também depressão sintomática que pode ser decorrente de uma doença orgânica ou física, ou ainda pela administração de algum medicamento. Sendo que a forma mais comum de classificação é a bipolar caracterizada por longos períodos de depressão, intercalados com episódios de mania (euforia) ou unipolar que passa por um estado continuo ou periódico de depressão, sendo recorrente.

As mulheres apresentam quadros de depressão duas vezes mais que os homens e podem estar ligados a fatores hormonais. Já em homens podem estar associados ao uso abusivo de álcool ou outras drogas, ou ainda pelo fato de trabalharem exaustivamente. E nos homens ela aparece não como desamparo ou desesperança, mas sim em forma de irritação e raiva, o que torna o diagnóstico mais desafiador.
O tratamento de depressão requer um diagnóstico qualificado e uma avaliação médica, juntamente com uma aliança terapêutica sadia.
Procure ajuda profissional.

Por: Rosana Cibok
Fonte: Revista Brasileira de Psiquiatria

Vamos falar de compulsão alimentar

O comportamento de se alimentar está associado a maneiras e padrões que são influenciados pelas condições sociais, demográficas, culturais, genéticas e neuroquímicas que estão associados ao desenvolvimento psicológico do indivíduo, bem como pela percepção dos alimentos. Sofrem influencias dos padrões familiares e da mídia. Ao mesmo tempo que se prega um alimentação saudável, vimos a ênfase para o consumo de produtos altamente calóricos. O TCAT (Transtorno da Compulsão Alimentar Temporária) é caracterizado pela ingestão de grande quantidade de alimentos em um período de tempo delimitado (até duas horas), com perda de controle de quantidade e de qualidade destes alimentos. Uma pessoa para ser compulsiva alimentar deve apresentar esta característica pela menos duas vezes na semana nos últimos seis meses. Além disso, o transtorno é acompanhado por sentimentos de angústia pela perda de controle, vergonha, nojo e culpa.
A compulsão alimentar pode ocorrer em pessoas com peso normal e também em obesos. As pessoas com IMC (Índice de Massa Corporal) normais e que têm compulsão alimentar ingerem mais alimentos do que pessoas obesas sem compulsão alimentar.
O estresse é um fator que pode levar ao aumento das compulsões alimentares, pois o cortisol é liberado estimulando a ingestão de alimentos. Indivíduos com auto estima baixa deixam de se preocupar com a aparência e a saúde, portanto dentro dos aspectos psicológicos, estes fatores devem ser bem analisados.

Estudos apontam que os transtornos alimentares, surgem com grande frequência na infância e adolescência, portanto uma equipe multidisciplinar deve atuar, estar envolvida e bem familiarizada com as diretrizes a fim de que consigam o prognóstico das condições apresentadas pelos indivíduos com esse tipo de transtorno.
Procure ajuda profissional.

Por: Rosana Cibok
Fonte: PubMed e Bernard Rangé & Colaboradores

Vamos falar de Comportamento de Torcedores

Nelson Rodrigues (dramaturgo) dizia: “em futebol, o pior cego é o que só vê a bola”; “não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos” e, analisando essas frases podemos salientar os aspectos subjetivos que envolvem a violência. Apesar de ser um esporte com regras, princípios e normas, o torcedor vive o evento de forma exacerbada, movida pelo prazer e busca justificar sua conduta antissocial apoiados na história de rivalidade entre as torcidas. Alguns autores caracterizam esse fenômeno de “lazer desviante” que é caracterizado por condutas que ferem os princípios e normas morais de uma sociedade em que o lazer é vivido de uma forma intensa. Para entender esse tipo de violência é preciso compreender o contexto social de uma forma mais ampla, pois o futebol pode ser visto como uma expressão de representações e dramatizações da sociedade brasileira, ou seja, a partir do futebol a sociedade pode ser descoberta e também expressa suas características.

Para o torcedor, o futebol é um momento de permissividade, dos contatos verbais e corporais, da subversão dos espaços e isso combinado a outros fatores como: má organização esportiva, declarações vinculadas na mídia e questões físicas do estádio, são capazes de provocar manifestações agressivas e violentas por parte dos torcedores. Podemos arriscar dizer que o futebol pode ser visto como uma espécie de drama social com valor simbólico para os torcedores, pois pode representar conflitos que seriam menos aparentes nas relações sociais como trabalho e família.

Segundo a TCC – Terapia Cognitivo-Comportamental, “um conjunto de comportamentos identificáveis, aprendidos, empregados pelos indivíduos nas situações interpessoais para obter ou manter o reforço de seu ambiente (Kelly, 1982)” é considerado uma prática de habilidade social. O que eu quero dizer é que alguns indivíduos, ao se comportarem dentro de uma torcida, podem estar buscando aprovação social ou ainda buscando fazer parte do grupo de forma integrada. Seus pensamentos giram em torno do coletivo, como por exemplo, “só serei aceito se…”. Com isso, o comportamento se aproxima dos demais.

Para Trower, Bryant e Argyle (1978), analisam que “uma pessoa pode ser considerada socialmente inadequada se for incapaz de afetar o comportamento e os sentimentos do grupo”. Neste caso existe o compromisso do organizador da torcida em incitar e persuadir o grupo ao que os preceitos e normas dela pregam, sabendo-se que além da diversão estão preparados para a batalha, se preciso for. Falo em batalha pois em disputas sempre há duas torcidas envolvidas e dispostas a brigar pelo seu conceito do que é certo ou errado. Esse tipo de situação é considerada como situação psicologicamente “forte” que são aquelas com sinais claros que guiam esses comportamentos, ou seja, altamente estruturadas, com regras e roteiros que limitam a maior parte do comportamento que se desenvolve nelas.

Em casos de violência extrema em que se cometem crimes graves, a TCC diagnostica como carência de habilidades sociais. Alegando que o comportamento antissocial do criminoso deve-se a uma aprendizagem social ausente ou inadequada.

Indivíduos com características externalizantes, ou seja, que se expressam predominantemente em relação a outras pessoas, podem ter comportamentos antissociais, com baixo auto controle e percepção equivocada dos fatos e normas sociais. Pesquisas mostram que algumas condições familiares e sociais como pobreza, abuso, negligência, drogadição e alcoolismo dos pais estão entre os fatores de comportamentos antissociais.

Líderes de grupos que incitam a violência, vêm em sua maioria, de um repertório social empobrecido em que a falta de habilidades sociais contribui para a ausência das relações humanas harmoniosas.

Rosana Cibok – Psicóloga

CRP 06/142653

Vamos falar de autoestima

Autoestima está ligada ao julgamento que fazemos de nós mesmos e a capacidade de se gostar. A forma como nos sentimos está ligada a maneira como pensamos, portanto se temos pensamentos ruins e negativos a nosso respeito e acreditamos neles, nossa auto avaliação pode estar comprometida. Podemos dizer que somos o que acreditamos ser e, nossas crenças estão baseadas em como nos vemos, como vemos o outro e como vemos o mundo e o futuro. Se a visão que temos de nós mesmos são disfuncionais, então nossa autoestima tende a ser baixa. Podemos nos sentir disfóricos, o que pode nos levar a ter esses comportamentos disfuncionais ou ainda evitarmos formas adaptativas de nos comportarmos. Isso gera mudanças angustiantes no corpo e na mente.

Nossas crenças vão sendo construídas no decorrer da vida, começando na infância onde as compreensões se tornam verdades absolutas e duradouras. Elas podem ser tão rígidas e supergeneralizadas ao ponto de contribuírem para a construção de uma estima baixa, fazendo com que interpretemos as situações por meio das lentes de nossas crenças. Com o passar do tempo se deixarmos de enxergar as interpretações racionais, nossas crenças podem se fortalecer cada vez mais, intensificando nossa baixa estima.

Uma maneira de melhorar a qualidade de nossa estima é agir diretamente na modificação de nossas crenças, identificando as cognições mais próximas da consciência e aprendendo a manter o distanciamento delas. Fazer mudanças nos pensamentos para que eles sejam mais baseados na realidade, ajuda a nos sentirmos melhor.

A inatividade pode comprometer o nosso humor fazendo com que nos sintamos inúteis, gerando mais pensamentos disfuncionais e fazendo com que nos comportemos também disfuncionalmente, virando assim um círculo vicioso. É importante fazermos uma avaliação dos níveis de satisfação que obtemos em nossas atividades para sabermos se isso reflete os resultados que esperamos. E quando falo em satisfação refiro-me às coisas práticas diárias. Nossa auto estima pode ser encontrada no simples, no dia a dia, no vestir uma roupa e nos enxergarmos diante do espelho; no reconhecimento do seu trabalho; no seu desenvolvimento pessoal; na relação com as pessoas; na entrega que você tem à você mesmo.

A autoestima é a soma de autoconfiança com autorespeito e depende dos seus pensamentos e de como você se vê.
Busque ajuda profissional.

Rosana Cibok
CRP 06/141653

Vamos falar de angústia

Vamos falar de angústia.

Eu tenho o olhar voltado para a Terapia Cognitivo-Comportamental e para a Programação Neurolinguística, portanto quando falo em sentimentos logo remeto e os atribuo aos pensamentos: pensamento gera sentimento que gera comportamento. Como posso sentir-me angustiado sem ter pensado em algo que tenha gerado esse sentimento? Todas as vezes que você tiver uma sensação ou um sentimento que não esteja te agradando, e aqui estamos falando especificamente da angústia, repare no que está passando por sua cabeça ou o que você estava pensando no momento em que vivenciou o sentimento desagradável. Os seus pensamentos determinam os seus comportamentos. A angústia pode causar sensação de sufocamento, peito apertado, ansiedade, insegurança, falta de humor, ressentimentos, por vezes aliados a alguma dor. E com estas sensações você pode se comportar disfuncionalmente. Como por exemplo se tornar agressivo, apático, ter sono constante, comer demasiadamente ou até fazer uso de fármacos por conta de dores que você mesmo cria. A angústia também pode ser um sintoma da depressão, que nada mais é do que uma distorção na tríade cognitiva, ou seja, uma distorção na maneira como você se vê, vê o mundo e vê o futuro. Começa tendo uma visão negativa de si, interpretando suas experiências negativamente, gerando uma visão de futuro também negativa, desta forma causando todas as sensações de desconforto trazidas pela maneira como você pensa. A angústia pode aparecer frente a um acontecimento traumático e através de lembranças que causem feridas emocionais. Por isso, insisto em que você mude seus pensamentos.

Falar parece fácil? E é. Vou dar uma dica: construa uma placa com a palavra PARE, e todas às vezes que tiver uma sensação que não te agrade, levante esta placa na sua frente. Caso não tenha a placa fisicamente, construa uma imagem mental com ela e a levante do mesmo jeito. Isso tirará você do pensamento que estava causando a sensação e te levará a pensar em outra coisa. Pode parecer que esteja apenas adiando a resolução do problema, mas ao contrário disso, te tirará do foco dele, pois quando estamos imersos não conseguimos enxergar saídas viáveis.

Pense melhor sobre isso.

Por: Rosana Cibok

Psicóloga e Master Practitioner em PNL